Pergunto à noite imóvel
que murmúrios calou em si,
mas é em surdina feita a sua resposta,
com o maior silêncio que conheci.
E quanto mais pergunto, mais se cerra,
ferida, por eu o cortar,
cada tentativa é uma investida,
calo-me, arrependida por falar.
Estranha é a nocturna linguagem.
Na escuridão, com imponência,
sem quês, nem porquês,
tudo se vislumbra como numa miragem
e o nada aproxima-se de vez.
Agora temo a noite,
ensurdeceu-me porque o quis
e eu grito, mas já não me oiço:
"A noite diz..."
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