terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Dor



Que estranha dor é esta que brota e não se extingue?

Trespassa, arranha, mói, fura

e, por privá-la, perdura...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Desata o nó que é a tua alma
e deixa-a...

Julgavas que estava livre se a libertasses
e contudo ela não partiu,
simplesmente serpenteia.

Serpenteia e contorse-se como se se lembrasse da sua antiga sombra
e grita como se tivesse voz
e chora tentando relembrar-se que jamais teve lágrimas,
mas permanece atraída por uma memória,
uma memória anterior ao tempo,
anterior à forma.

Já não tem o que a prenda
e não solta.

Não se vê,
Não se ouve,
não se move...

Sente antes que não se controla
E não parte...

Alva, leve e suave
Paira
E não parte...

Se eu pudesse...

Se eu pudesse sentir o que não sinto
se eu pudesse ver o que não vejo
se eu pudesse saber o que não sei
se eu pudesse conhecer o que não conheço
se eu pudesse tudo o que na verdade jamais poderei
e procurasse simplesmente por procurar,
se vislumbrasse o que antes somente vi,
ou abraçasse o que outrora só toquei,
saberia que somente sinto tudo o que vejo e conheço,
se eu pudesse...

(Posso?)