Minha mãe deu-me uma caixinha,
modesta, mas eficaz
modesta, mas eficaz
no seu propósito de guardar
jóias e perguntas,
segredos de encantar.
A caixa não tinha fundo,
mas bastante albergava,
E, apesar de finita,
era um mistério,
o tanto que guardava.
Outrora caixa de tesouros,
agora caixa para esconder,
pedras pesadas,
saudades (mais do que mágoas),
para que ninguém as possa ver.
E por mais que a queiram abrir,
com mil chaves está cerrada,
nem espreitando se vislumbra
o quanto abarca, e abraça,
entre lágrimas, na penumbra.