Gato negro,
gatos pardos,
fúria fora, ergo
mal parados.
A noite caiu.
Ali permaneceu imóvel,
intocável e ressoante.
Perdida, contemplada por
aqueles que apressados passam.
Voluptuosamente esgueira-se
arrasta-se num todo,
o céu,
deixando-o coberto pelo negro.
Breu infinito e reluzente,
conquistador e transparente.
Mal,
vívido,
com um pequeno toque de atonalidade.
Gato negro,
gatos pardos,
fúria fora, ergo
mal parados.
Uma dissonância surge,
revela-se de rompante,
Sorri de repente
A fera... Ruge
A vida urge?
As flores tão lindas
nos parapeitos das luzernas.
O verdume do ribeiro,
que faz esquina
com várias tavernas.
É de certo a algazarra tomada
por tão efémera geada.
Por manto fino e doce
de elevada tese.
Gato negro,
gatos pardos,
fúria fora, ergo
mal parados.
Escuro,
observa erguido
a mal feitoria dos bem feitores,
a intimidade de cantores.
Por ali se estendeu.
com um pequeno toque de atonalidade.
Gato negro,
gatos pardos,
fúria fora, ergo
mal parados.
Uma dissonância surge,
revela-se de rompante,
Sorri de repente
A fera... Ruge
A vida urge?
As flores tão lindas
nos parapeitos das luzernas.
O verdume do ribeiro,
que faz esquina
com várias tavernas.
É de certo a algazarra tomada
por tão efémera geada.
Por manto fino e doce
de elevada tese.
Gato negro,
gatos pardos,
fúria fora, ergo
mal parados.
Escuro,
observa erguido
a mal feitoria dos bem feitores,
a intimidade de cantores.
Por ali se estendeu.
Assim decidiu permanecer,
esquecer-se de viver
e num ápice
esquecer-se de viver
e num ápice
morreu.