Folhas brancas,
folhas virgens,
que risco com o meu pensar,
como é a dor que sentis
com este meu dilacerar?
O pensamento é sublime,
a escrita é banal
e eu na minha humana arrogância
subjugo o etéreo ao material.
E eu faço e acontecem,
submetidos à minha força carnal,
ragos de vontades,
mentiras, verdades,
verbos, adjectivos,
desejos, imperativos
que te percorrem
e transcorrem sem parar.
Depois do acto consumado
pouco, ou nada, resta por tocar
e quem te olha, já não te vê.
Só resta a mácula,
o branco sujo pela mão
e o poema ainda quente
que te esventrou sem perdão.
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