terça-feira, 11 de março de 2014

À luz da vela



Deixa-me olhar-te enquanto dormes.
Por um instante ainda aqui estou
E a vela arde a sua derradeira luz,
Envolvendo-nos numa luz crepuscular.

O mar ecoa, distante,
Fazendo-se ouvir na quietude da noite
E a tua brisa, um sopro,
Ondula uma madeixa do meu cabelo.

Do teu olhar não há rasto,
Sob a beleza das tuas pestanas,
Vais na maré, já alta,
E eu estou em terra,
sinto grãos de areia
Que me toldam a visão.

A viagem está marcada,
A partida não tarda em chegar,
Então a luz apaga-se...
Não vês, não vejo,
Mas sei-nos aqui ancorados,
Enquanto os nossos sonhos andam à deriva,
Por uma noite ou uma eternidade.

Boa noite, meu amor,
Até amanhã...

Sem comentários: