sábado, 28 de maio de 2011

Ruído

E tudo o que me rodeava era um imenso ruído.
Vibrava,
ressoava
como um arrepio.

Sem aviso,
sem permissão
e sem pudor,
entrava...

Aos poucos instalara-se
e derivava,
oscilando em rectas perturbadas.

Privado de direcção,
estendeu-se.
Rodopiou numa espiral,
contorcendo-se,
e eclipsou-se.

Subitamente,
a ausência de som,
a calma,
e não contagiavam:
dilaceravam!

Tentei gritar,
calei.
Tentei falar,
falhei.

Só silêncio,
o perturbador silêncio...

E o ruído?
O ensurdecedor ruído?

Findou...
Engoli-o!

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